No dia 17 de
setembro deste ano, fui convidada para uma entrevista no Programa PAZ E AMOR,
exibido na TV DIÁRIO, para abordar um tema em evidência nos dias atuais: o
motivo de termos apresentado um aumento expressivo no número de divórcios
ocorridos no Brasil.
Na ocasião, devido ao tempo reduzido em virtude do horário
eleitoral, não deu para que eu enumerasse os tantos fatores que considero como
possíveis causadores das desavenças que levam a uma separação conjugal.
Inclusive, caso consiga ter acesso ao vídeo da entrevista, colocarei disponível
aqui no meu blog para que possam apreciar.
Na abertura da entrevista, pontuei que o fato de ter havido
uma alteração na legislação civil colaborou, de certa forma, para que os casais,
já predispostos à separação (leia-se aqui aqueles casais que já estavam
passando por uma grande turbulência no matrimônio, mas que não tinham coragem
para tomar iniciativa por vezes por conta da morosidade processual), tomassem
as medidas necessárias. Isto porque passou a ser possível o divórcio por
intermédio dos cartórios em um prazo mínimo de trinta dias, quando o casal não
tem
filhos (quando há filhos, a via judicial é obrigatória).
Em seguida, elenquei a questão da falta de diálogo e de tolerância
entre marido e mulher como fatores que podem gerar o desgaste da relação com
posterior desejo de divórcio. Situações nas quais não há a aceitação da
personalidade do outro, as diferenças fazem com que a convivência fique
intolerável. Somado a isto a impossibilidade de expressar o pensamento pelo
fato de uma das partes não viabilizar espaço para o outro se colocar, o
divórcio acaba sendo a alternativa.
Mas, além destes motivos, há também a grande transformação
ocorrida na dinâmica familiar a partir da inserção da mulher no mercado de
trabalho de uma forma mais marcante, assumindo, por vezes, a frente das
despesas do lar e tornando, para alguns homens, difícil a assimilação de tal
mudança.
Se fizermos uma retrospectiva histórica, vamos lembrar também
que, antes, os casamentos eram “arranjados” e a mulher não tinha liberdade de
escolher o seu pretendente. Desta forma, ficava difícil cultivar algum tipo de
sentimento por alguém que nem se conhecia. Ademais como poder estabelecer uma
parceria com alguém com o qual se tinha casado a contragosto?
Para finalizar, podemos também lembrar a sociedade atual
consumista e descartável na qual tudo pode ser trocado com facilidade, jogado
fora sem medo, pois “algo melhor será encontrado”. Tudo assim: simples e à mão.
Não estou aqui em defesa do divórcio ou do não-divórcio, até
porque cada casal tem uma história que deve ser respeitada, mas será que não
está na hora de revermos os valores que estão tentando nos vender?
Até a próxima!
Um abraço
Thatianny Moreira