terça-feira, 24 de abril de 2012

Resultado da Primeira Enquete

Ao longo do mês de abril, realizamos uma enquete sobre psicoterapia. As pessoas respondiam a pergunta: "Você já fez psicoterapia?".
Trago para vocês o resultado: Tivemos 55% que responderam já terem feito uso do serviço e ficaram satisfeitas com os resultados; 22,50% não fizeram por inviabilidade financeira e 22,50% não fizeram por considerar o tratamento desnecessário.
Desta forma, tivemos 55% de votos favoráveis à prática da psicoterapia, concluindo assim, que esse tratamento é de suma importância para uma melhor qualidade de vida.
O fato de termos dois votos de pessoas que não fizeram por ser inviável financeiramente sinaliza que as pessoas gostariam de ter acesso ao serviço de psicologia clínica, fazendo-nos supor que elas reconhecem a importância de tal tratamento.
Esperamos que todos tenham gostado dessa nossa primeira enquete e convidamos para que participem das próximas.
Um abraço
Thatianny Moreira

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Palmada funciona?

Semana passada, no jornal do meio-dia da Rede Globo, mais uma vez, foi exibida uma reportagem sobre se a palmada tem ou não tem valor educativo.
Muitos pais ainda têm dúvida com relação a este assunto e nos procuram para obter esclarecimentos.

A grande verdade é que, na atualidade, os pais estão aflitos em como proceder em relação a uma série de assuntos no que diz respeito ao seu relacionamento com os filhos. Aponto aqui algumas possíveis variáveis que certamente, ao se intensificarem ao longo dos anos, tornaram o processo educativo mais complexo tais como: uma maior ousadia dos traficantes nas proximidades das escolas vendendo drogas, o aumento do índice de violência, competitividade acirrada, dentre outras.
Ademais, se antes a prática da palmada (e não apenas ela, mas também o uso do cinturão, do caroço de milho nos joelhos, etc.) era algo visto com naturalidade; hoje, temos não apenas a reprovação como a punição para os excessos na prática da educação pais x filhos. Excessos esses que são fiscalizados pelo Conselho Tutelar que atua em prol da proteção infanto-juvenil.

Mas o que quero frisar não é atuação do Conselho Tutelar ou mesmo a prevalência dos direitos humanos. Quero enfatizar que a autoridade não é exercida sob o império do medo. A autoridade é exercida sob o reinado do respeito. Numa relação saudável o que deve prevalecer é o respeito mútuo entre os sujeitos envolvidos. É com diálogo, acima de tudo, que se resolve todo e qualquer conflito.
É plenamente possível que seu filho compreenda o que você está querendo dizer. Basta usar uma linguagem compatível com a dele. A criança tem o nível de inteligência necessário para obter uma compreensão do que está sendo transmitido. Por isso, basta explicar as razões de uma determinada regra que você quer que faça parte do seu contexto familiar.

No lugar da palmada, use o diálogo e, se for necessário, adote o castigo. O castigo deve estar associado com a regra descumprida. Precisa ser algo que a criança ou o adolescente valorize e que faça diferença no dia-a-dia. Mas muito mais importante que isso tudo é que ele entenda a verdadeira razão do pai ou da mãe terem adotado uma postura específica e disto extraia uma lição, um aprendizado.
E para finalizar, quero esclarecer que a Psicologia não surgiu para retirar a autoridade dos pais. Pelo contrário, ela se desenvolveu com o intuito de ser uma aliada no processo de busca de soluções para os conflitos existentes nas relações. Ressaltei este aspecto, pois algumas pessoas têm a impressão equivocada de que a Psicologia “baixou um decreto” proibindo os pais de darem palmadas em seus filhos. Tal fato pode ter sido gerado de uma comunicação mal realizada pela própria Psicologia.

Mas, deixando isso de lado, o que observamos é que o sentimento de culpa, de remorso que advém no coração de um pai e de uma mãe, ao açoitarem seus filhos, é algo de difícil libertação. E a mensagem que podemos extrair ao avaliar essa situação é que: tentando resolver um problema, outro está sendo gerado: o arrependimento dos pais.  Se o resultado obtido é um mal-estar, então, só podemos concluir que a palmada não é o caminho para uma educação saudável e eficaz.

Uma boa semana!
Thatianny Moreira

terça-feira, 17 de abril de 2012

O que é um transtorno obsessivo-compulsivo?

Há poucos dias, fui abordada por uma senhora desconfiada e temerosa de que sua filha estivesse com transtorno obsessivo-compulsivo.
Ao solicitá-la para descrever o comportamento da filha, percebi que o “diagnóstico”, traçado pela mãe, não estava correto e que, caso eu não a alertasse, ela poderia ficar por mais alguns dias em estado de aflição com relação ao estado de saúde da filha.

Da mesma maneira que esta senhora, muitas outras pessoas se autodiagnosticam com base em informações do senso comum que são completamente distorcidas, superficiais e incompletas, mas que podem causar uma verdadeira confusão emocional, levando o indivíduo ao desespero e, por vezes, à tomada de atitudes autônomas, porém, perigosas, como, por exemplo, a automedicação.
Aliás, a prática da automedicação tem se tornado cada vez mais comum, causando uma série de problemas, já que muitos dos remédios usados no tratamento de tais transtornos acarretam efeitos colaterais que podem deixar o sujeito ainda mais amedrontado. Por isso mesmo, a passagem por um consultório médico é indispensável para uma correta e segura avaliação.

Os transtornos obsessivo-compulsivos são caracterizados por uma repetição voluntária de ações, porém sem justificativa plausível por parte da pessoa. Essas repetições são uma espécie de ritual. São atos motivados por razões infundadas, sem lógica alguma, sem coerência com a realidade. As repetições são realizadas com o intuito de afastar os pensamentos ruins que invadem a mente. As obsessões estão relacionadas com os pensamentos, ideias ruins que atormentam mentalmente o paciente. Já as compulsões estão associadas aos comportamentos repetitivos. É como se a uma obsessão (mental) correspondesse uma compulsão (comportamental).
A pessoa acometida por esse transtorno não consegue interromper os impulsos que a conduzem a repetir os atos, sentindo-se impotente e, muitas vezes, constrangida.
A sensação de impotência em relação a não ser capaz de intervir na situação e bloquear o ciclo repetitivo gera um sofrimento psíquico intenso na pessoa que se vê cada vez mais com a autoestima prejudicada. Outra característica desse transtorno está no fato do sujeito não ter uma explicação racional e coerente para realizar as ações obsessivo-compulsivas. Exemplo disto é a pessoa que acredita que deve concluir sua caminhada com passos em números pares, senão, algo trágico irá acontecer com ela; lavar várias vezes as mãos antes de sentar-se à mesa, pois, caso contrário será acometido por uma invasão de vermes.
Além do enorme sofrimento psíquico, o cotidiano daquele que tem tal transtorno fica comprometido, já que a execução de determinados comportamentos repetidas vezes faz com que muito do seu tempo seja perdido, atrasando-a em seus afazeres, atividades profissionais.

Pessoas com transtorno obsessivo-compulsivo devem ser submetidas à psicoterapia e tratamento medicamentoso, já que estamos nos referindo a um transtorno mental. Está inserido entre os chamados transtornos de ansiedade e, por esta razão, são geralmente usados ansiolíticos no tratamento. É feito também o uso de anti-depressivos, como a sertralina, a fluoxetina, a paroxetina.

Os sintomas não desaparecem com rapidez, podendo levar até mesmo 12 semanas para apresentar algum resultado. Mas o tratamento não deve ser abandonado.

Quer aprender de uma forma mais educativa o que é transtorno obsessivo-compulsivo? Assista ao seriado americano Monk. É um bom exemplo! Monk é um detetive extremamente detalhista e com mania de limpeza.

Desejo que esses breves esclarecimentos o ajudem a afastar conclusões precipitadas e equivocadas.
Até breve.
Thatianny Moreira

domingo, 15 de abril de 2012

Cantadas: A arte da paquera?



As cantadas são pura e simplesmente um instrumento de sedução ou será que elas não são também uma forma de fazer seu marketing pessoal? Com esse intuito A Revista.AG do Jornal A Gazeta, de Vitória-ES, convidou-me para uma entrevista sobre o tema. Confiram a reportagem e descubram quais cantadas não podem fazer parte do seu repertório. Para aumentar o tamanho da fonte, basta clicar, simultaneamente, as teclas CTRL e +

sábado, 14 de abril de 2012

Você está preparado para morar sozinho?


Acima, trago para vocês reportagem publicada no Jornal Notícia Agora, de Vitória-ES, resultante de entrevista realizada comigo a respeito do nível de maturidade que os jovens têm para morarem sozinho, bem como dicas de como preparar-se para essa nova etapa da vida tão importante para o alcance de uma maior autonomia em nossas ações do cotidiano. 
Para aumentar o tamanho da fonte, basta clicar, simultaneamente, as teclas CTRL e +
                    

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Campo Minado

Hoje, quero abordar um assunto que, simbolicamente, denomino de “campo minado”.

Vocês já devem ter ouvido falar das minas que os exércitos, em guerra, “plantam” em terrenos com o intuito de funcionarem como armadilhas ao exército inimigo. Existem até mesmo especialistas habilitados a removerem essas minas, desativando-as. Ao desativá-las, o perigo de ocorrência de mais mutilações é eliminado.

Muitas são as vítimas resultantes desse ato monstruoso que o ser humano pratica contra seus próprios semelhantes. Diversas pessoas tornam-se inválidas em decorrência dos conflitos travados entre países.

Pois bem; posso afirmar, numa linguagem metafórica, que alguns indivíduos fazem isso consigo mesmos psicologicamente falando. Faço tal afirmação em virtude do que observo na minha prática como psicóloga clínica.

Às vezes, tornamo-nos inimigos de si mesmos. Aprontamos armadilhas direcionadas contra nosso próprio peito. Ativamos minas que sabemos que vão explodir, mas ainda assim, colocamo-las: no nosso habitat, no nosso espaço, no nosso ambiente. E o que é mais preocupante: esquecemos que nós mesmos quem as ativamos.

Para interromper esse ciclo vicioso de boicote contra si mesmo, precisamos:
      a)      Primeiro, assumir que somos os responsáveis pela ativação das minas;

b)       Depois, precisamos ter coragem de ir até lá onde elas foram “plantadas” e desarmá-las.
Não devemos cultivar a ilusão de que outra pessoa vai fazer esse processo por nós. Até porque o outro não tem conhecimento do local exato onde eu as coloquei e nem muito menos o método que usei para implantá-las. Também não imagina por qual motivo foi “necessário” que eu as ativasse. Sim, porque, às vezes, temos a necessidade de criá-las (as minas) porque estamos em um processo de resistência no qual fugimos de coisas, pessoas ou situações das quais ainda não temos suporte para enfrentar. E colocando as minas, mantemo-nos à distância.

A psicoterapia pode nos ajudar a localizar essas minas; mas quem tem o poder para efetivar a desativação é você. Que tal começar a desarmar as suas?

Até a próxima!
Thatianny Moreira

segunda-feira, 9 de abril de 2012

O Psicólogo e o seu compromisso com a Ética:

A Ética diz respeito aos valores que são relevantes em uma determinada sociedade. Podemos dizer que ela nos serve como uma espécie de manual de comportamentos e práticas profissionais e sociais que devem ser adotados. Funciona como uma espécie de Estatuto onde são elencados princípios, regras, valores que norteiam a conduta das pessoas em comunidade. Versa sobre juízos morais adotados e referendados socialmente.

É tendo a Ética como referencial que as diversas categorias profissionais elaboram seus Códigos que elencam normas a serem obedecidas por aqueles que pertencem a uma dada profissão. Desta maneira, temos o Código de Ética dos Médicos, dos Assistentes Sociais, dos Servidores Públicos, do Advogado, etc.
Esses códigos abordam temas como: responsabilidades do profissional, princípios fundamentais, proibições no exercício da profissão, aplicação de penalidades e outros.

O Psicólogo também tem seu Código de Ética e deve pautar sua conduta tendo tal documento como referência básica. Toda a atuação do profissional da Psicologia deve tê-lo como base e ao infringir as regras nele estabelecidas deve ser penalizado.

O Código de Ética funciona como um verdadeiro instrumento de proteção daqueles que fazem uso dos serviços de Psicologia. Trata-se de um meio de defesa na luta pelos direitos dos usuários que se sintam, em alguma situação, lesados. Por isso mesmo é que é tão importante você conhecer o Código. Ele te proporcionará uma visão mais consciente de seus direitos como cidadão.

Dentre as vedações determinadas aos psicólogos temos: a indução a determinadas convicções políticas, religiosas, de orientação sexual, dentre outras. Em decorrência disso, o psicólogo não pode, por exemplo, induzir seu paciente a aderir religião A ou B e, portanto, não deve decorar seu consultório com objetos que influenciem na opção religiosa de seus pacientes.

O Psicólogo está proibido também de divulgar resultados de serviços psicológicos nos meios de comunicação, de modo a expor a intimidade das pessoas envolvidas, causando-lhes constrangimento.

O sigilo profissional é outro compromisso que o psicólogo tem para com seu paciente. Ele deve resguardar todas as informações dadas, por exemplo, pelo paciente em processo de psicoterapia, apenas podendo repassá-las quando autorizado pelo próprio paciente e, caso esse último esteja a colocar em risco sua vida ou a de terceiros.

Para aprofundar o tema em questão, sugiro que visitem o site do Conselho Federal de Psicologia: http://www.pol.org.br/pol/cms/pol/. Lá vocês encontrarão o Código de Ética do Psicólogo na íntegra na parte referente à legislação.

A gente se encontra em breve!
Thatianny Moreira

Ciência e Poesia: Um casamento possível

A Ponte







Do outro lado da ponte,
Existe um novo horizonte.
Horizonte onde se esconde
Alguém muito importante.
Do outro lado da ponte,
Há um encontro marcado.
Encontro inesperado onde será revelado
Algo há tempos guardado,
Trancado com cadeados,
Possível de ser desvendado
Com o mais prudente cuidado.
Eis o trabalho delicado
Que o psicólogo incansável
Se incumbe de fazer realizado
Sondando o que há na mente
De seu especial "convidado".

Autoria: Thatianny Moreira

terça-feira, 3 de abril de 2012

A Primeira Consulta

Para muitas pessoas, ainda há dúvidas sobre o que acontece em uma primeira sessão de psicoterapia. Essa falta de esclarecimento pode gerar resistência quanto à adesão de um tratamento. Vamos então desmistificar o que ocorre em um primeiro dia de consulta com um psicólogo?
Na consulta inicial, o psicólogo dedicar-se-á a realizar o que chamamos de Anamnese. Trata-se de uma coleta de dados sobre a história de vida da pessoa. Nesta coleta, obter-se-ão informações sobre a vida intra-uterina, a infância, a adolescência, o período escolar, a vida profissional, a vida afetiva, os antecedentes familiares, os hábitos e manias, tratamentos anteriores tanto na área da saúde física quanto na da saúde mental, enfim, dados que servirão de base para o conhecimento da estrutura e dinâmica de vida do paciente.
Tal apanhado de informções auxiliará o psicólogo na compreensão do funcionamento psíquico do paciente, servindo de orientação no decorrer do tratamento.

Alguns profissionais solicitam a autorização do paciente para realizar as devidas anotações que ficam guardadas em arquivos que devem ser devidamente fechados para resguardar o sigilo.

A Anamnese dura geralmente em torno de 3 a 4 sessões.

É também na primeira consulta que é estabelecido o que chamamos de Contrato Terapêutico, instrumento de fundamental importância para o vínculo que se firmará dali em diante. O contrato terapêutico não, necessariamente, é escrito. Comumente, é feito de modo verbal, mas tem efeitos de grande repercussão, pois, por intermédio dele o paciente entenderá sua responsabilidade pelo andamento e progresso da terapia. Essa responsabilidade é alcançada com a compreensão de elementos cruciais para o funcionamento das sessões, tais como: assiduidade (procurar não faltar às consultas), pontualidade (chegar no horário para não prejudicar o tempo de duração da sessão e assim, aproveitar todo o tempo disponibilizado), desmarcação prévia de consulta quando ocorrerem imprevistos para que o profissional tenha como reprogramar a sua agenda, pagamento dos honorários do profissional, e outros.
Nessa ocasião, o paciente também pode tirar suas dúvidas, fazendo perguntas ao psicólogo sobre a terapia.

Muito importante também que o psicólogo esclareça ao paciente que os resultados dependerão de um trabalho de parceria entre os dois, de um compromisso real e pleno pelo processo, de um engajamento verdadeiro em ajudar e ajudar-se, à medida que, caso não traga para o setting terapêutico (ambiente onde ocorre a terapia) as suas vivências, omitindo informações preciosas para o processo de descoberta interior, todo o trabalho realizado corre o risco de não atingir sua eficácia.
Espero ter delineado de forma clara o que caracteriza uma primeira consulta para que seja iniciado um processo de psicoterapia.

Deixo aqui um convite: vamos marcar a nossa primeira consulta?
Um abraço a todos.
Thatianny Bezerra Moreira- CRP11/1584


Conhecendo a Gestalt-Terapia

A Gestalt-Terapia é uma abordagem de origem alemã, cujo termo não há tradução exata para o idioma português. Mas, para não deixá-los com a curiosidade não satisfeita, deixo aqui uma tradução aceita: gestalt significa forma, configuração.

Essa rica abordagem teve como fundador Fritz Perls que foi discípulo de Freud, mas, posteriormente, desenvolveu sua própria teoria. E assim, nasceu a Gestalt.

A Gestalt tem conceitos que são básicos, tais como: contato, figura e fundo, awareness.


O contato é a forma com a qual o indivíduo mantém relação com o meio. Dependendo do tipo de contato estabelecido, o sujeito pode apresentar comportamentos sadios ou doentios. Portanto, a qualidade do contato é algo essencial para a manutenção do equilíbrio vital. Merece atenção especial e por isso, durante a psicoterapia, o psicólogo ficará atento à forma como seu paciente faz contato com o meio.


Figura e fundo são, metaforicamente, os lados de uma moeda. Existem conjuntamente, um depende do outro. O que é figura para uma pessoa, num dado momento de sua vida, em seguida, transforma-se em fundo. A figura é o que está em foco. É o que se evidencia de forma clara para o sujeito. É o que se destaca na paisagem, digamos assim. O fundo é todo o resto que compõe essa paisagem e que dá condições para o que é figural emerja. O processo de percepção humana se efetiva constamentemente assim: com a alternância entre figura e fundo. Na psicoterapia, podemos dizer que a figura é aquilo que o paciente consegue visualizar sem dificuldades, com nitidez. O fundo é tudo aquilo do qual ele ainda não tomou consciência e que estar por vir.

É justamente esse estar por vir que é o objetivo nuclear do processo gestalt-terapêutico e que denominamos awareness. Esse termo significa: consciência da consciência. Nosso trabalho tem como missão dar condições do indivíduo ampliar o seu nível de consciência e, a partir daí, ter uma visão mais global, mais apurada, mais detalhada da situação na qual se encontra. A awareness proporciona-lhe condições de enxergar todas as partes de um gigantesco quebra-cabeça que, antes, ele não estava apto a enxergar.

Bem, gente. Era isso que eu gostaria de expor a vocês de uma forma simples, sintética e numa linguagem acessível. Acredito ter alcançado o meu objetivo. E vcs, estão alcançando seus objetivos?

Até nosso próximo encontro. Um abraço.
Thatianny Bezerra Moreira- CRP11/1584

Bem-vindo

Sempre tive o desejo de levar a Psicologia ao alcance de todos para que os serviços oferecidos nessa área possam ser de conhecimento de quem é o personagem principal: VOCÊ. Inegavelmente, a Psicoterapia, nos últimos anos, tornou-se conhecida da população e conquistou espaço e credibilidade. Contudo, acredito que essa divulgação ainda merece cuidados especiais, de forma que, as pessoas tenham uma maior e melhor compreensão dos benefícios proporcionados por um processo de autoconhecimento. Com base nessa linha de raciocínio, apresento-lhes uma breve descrição do que seria a Psicoterapia para que nosso diálogo seja mais eficaz:
Psicoterapia: terapia da mente. Processo no qual busca-se a ampliação do nível de consciência do sujeito para que ele, a partir do autoconhecimento, obtenha uma visão de si mesmo, de suas potencialidades, habilidades, limitações. Possibilita uma melhoria nas formas de estabelecimento de contato do indivíduo consigo mesmo, com o mundo e com os outros.
Esse processo pode se dá de forma: individual, em grupo, em terapia de casal, em terapia de família. Dependendo de cada caso e do perfil do paciente, escolhe-se a forma mais viável para o momento. Desta maneira, é possível alguém iniciar na psicoterapia individual e, depois, ser inserido em um grupo, por exemplo. É importante esclarecer que todos os procedimentos são abertamente discutidos, previamente, com o paciente para checarmos como está o nível de abertura e de suporte deste.
É válido salientar que, não necessariamente, a pessoa iniciará o processo individual e depois, vivenciará o grupal. Isso porque nem todos os psicólogos estão capacitados para trabalhar com grupos. A oferta de serviço dependerá da formação do profissional, dos cursos e especializações que ele tem nesse sentido.
Muito importante também esclarecer nesse instante que existem várias abordagens na Psicologia. Cada profissional escolhe a sua e é esta que fundamentará todo o trabalho desenvolvido em consultório. É exatamente por isso que ouvimos falar em Psicodrama, Abordagem Centrada na Pessoa, Gestalt-Terapia, Terapia Cognitiva Comportamental e outras. Essas abordagens têm suas bases consolidadas em um arcabouço teórico que norteia o psicólogo no momento de conduzir a psicoterapia. O arcabouço teórico define métodos, técnicas, dentre outros pontos essenciais para a atuação do profissional.
Aproveito para deixar uma dica: Informe-se com o profissional sobre a especialização dele. Pergunte. Tire dúvidas. Pergunte qual a abordagem dele. Solicite como se desenvolve a psicoterapia. É todo direito seu estar mais consciente do tipo de serviço que você está "comprando".

Espero ter ajudado nesse nosso primeiro encontro. Obrigada e até o próximo!

Psiquiatra e Psicólogo: Qual a diferença?

Ao longo da minha vida profissional, há uma pergunta muito comum feita por meus pacientes, amigos e parentes: Qual a diferença entre psiquiatra e psicólogo? Psicólogo pode dá receita? Psicólogo é médico? Tenho uma depressão profunda quem devo procurar? Estou com pânico; tenho que fazer tratamento psiquiátrico ou psicológico?
A população necessita de esclarecimentos para ter como orientar-se no mundo de forma a não perder tempo (algo tão precioso no mundo atual) e assim, não correr o risco de ter a sua saúde prejudicada por não ter recorrido em tempo hábil à especialidade mais adequada.
Esse desconhecimento a respeito das práticas dos profissionais da Psiquiatria e da Psicologia conduz as pessoas a uma leitura distorcida da realidade, causando, por vezes, transtornos como até mesmo uma aversão a submeter-se a um tratamento dessa natureza.
Em decorrência da falta de esclarecimento, formou-se um imaginário coletivo com uma percepção equivocada a respeito do público-alvo atingido na atuação profissional dos psiquiatras e psicólogos, desvirtuando a definição de quem necessita frequentar um consultório psiquiátrico ou/e psicológico. Isso não é culpa da população. O povo não tem a obrigação de ter esse conhecimento. Tem sim, direito a ter acesso a essas informações e ser orientado nesse sentido.
Faz-se necessário dizer que esses conceitos não surgiram ao acaso e fazem parte da evolução histórica das Ciências da Saúde Mental. (http://www.unicamp.br/~aulas/pdf3/24.pdf). Sabemos, por exemplo, que, durante muitos anos, aqueles considerados loucos eram simplesmente jogados dentro de celas e separados do restante da população como se fossem portadores de uma doença contagiosa tal qual era feito com relação à lepra. Nada mais natural, então, que as pessoas ficassem assustadas em aderir a um tratamento dessa ordem, já que ficariam estigmatizadas e seriam postas à margem da sociedade. Essa forma de pensar repercute até os dias de hoje.
Contudo, com alguns avanços alcançados, é inadmissível que essa imagem ronde as mentes como um fantasma e desta forma, julgo imprescindível esclarecer quais as características básicas a respeito das profissões em questão: o psiquiatra é um profissional que se formou na faculdade de Medicina, fez residência como todo e qualquer médico fez. E por isso mesmo, o psiquiatra pode passar receita. Ele está habilitado e autorizado a isso. Habilitado porque a sua formação viabiliza conhecimento técnico para tal e autorizado porque o Conselho da categoria a qual pertence lhe dá aval.
Com relação ao psicólogo, a autorização para emitir receitas inexiste. O máximo que ele pode e deve fazer é encaminhar o seu paciente a um psiquiatra ao identificar a necessidade de medicação como complemento ao tratamento. A faculdade cursada por um psicólogo é a de Psicologia. Durante o curso, ele pode ter acesso a disciplinas na área da Psicofarmacologia que o proporciona a aquisição de conhecimentos básicos sobre os medicamentos, mas não o autoriza a receitar.
É importante o trabalho em parceria entre psiquiatra e psicólogo na busca à restauração da saúde psíquica/mental do indivíduo. Há situações, por exemplo, na qual se torna praticamente inviável o estabelecimento do contato entre psicólogo e paciente, em virtude de um processo depressivo em estágio profundo e, com isso, a inserção da medicação far-se-á de suma importância a psicoterapia prosseguir.
Pelas razões acima expostas, interessante se faz uma aproximação mais estreita entre essas dois profissionais tão fundamentais para uma melhor qualidade de vida humana. Com isso, o tratamento fica mais completo e as possiblidades de progresso aumentam.
É hora de quebrarmos os nossos antigos paradigmas e lutarmos pela nossa saúde!
Espero ter atingido meu propósito em mais um encontro com você!

Um abraço e até mais!
Thatianny Bezerra Moreira- CRP 11/1584