terça-feira, 25 de setembro de 2012

Por que o índice de divórcios tem aumentado?


No dia 17 de setembro deste ano, fui convidada para uma entrevista no Programa PAZ E AMOR, exibido na TV DIÁRIO, para abordar um tema em evidência nos dias atuais: o motivo de termos apresentado um aumento expressivo no número de divórcios ocorridos no Brasil.

Na ocasião, devido ao tempo reduzido em virtude do horário eleitoral, não deu para que eu enumerasse os tantos fatores que considero como possíveis causadores das desavenças que levam a uma separação conjugal. Inclusive, caso consiga ter acesso ao vídeo da entrevista, colocarei disponível aqui no meu blog para que possam apreciar.

Na abertura da entrevista, pontuei que o fato de ter havido uma alteração na legislação civil colaborou, de certa forma, para que os casais, já predispostos à separação (leia-se aqui aqueles casais que já estavam passando por uma grande turbulência no matrimônio, mas que não tinham coragem para tomar iniciativa por vezes por conta da morosidade processual), tomassem as medidas necessárias. Isto porque passou a ser possível o divórcio por intermédio dos cartórios em um prazo mínimo de trinta dias, quando o casal não tem 
filhos (quando há filhos, a via judicial é obrigatória).

Em seguida, elenquei a questão da falta de diálogo e de tolerância entre marido e mulher como fatores que podem gerar o desgaste da relação com posterior desejo de divórcio. Situações nas quais não há a aceitação da personalidade do outro, as diferenças fazem com que a convivência fique intolerável. Somado a isto a impossibilidade de expressar o pensamento pelo fato de uma das partes não viabilizar espaço para o outro se colocar, o divórcio acaba sendo a alternativa.

Mas, além destes motivos, há também a grande transformação ocorrida na dinâmica familiar a partir da inserção da mulher no mercado de trabalho de uma forma mais marcante, assumindo, por vezes, a frente das despesas do lar e tornando, para alguns homens, difícil a assimilação de tal mudança.

Se fizermos uma retrospectiva histórica, vamos lembrar também que, antes, os casamentos eram “arranjados” e a mulher não tinha liberdade de escolher o seu pretendente. Desta forma, ficava difícil cultivar algum tipo de sentimento por alguém que nem se conhecia. Ademais como poder estabelecer uma parceria com alguém com o qual se tinha casado a contragosto?

Para finalizar, podemos também lembrar a sociedade atual consumista e descartável na qual tudo pode ser trocado com facilidade, jogado fora sem medo, pois “algo melhor será encontrado”. Tudo assim: simples e à mão.

Não estou aqui em defesa do divórcio ou do não-divórcio, até porque cada casal tem uma história que deve ser respeitada, mas será que não está na hora de revermos os valores que estão tentando nos vender?
Até a próxima!
Um abraço
Thatianny Moreira