terça-feira, 23 de julho de 2013

Vigorexia, Bulimia e Anorexia: O que há em comum entre esses transtornos?


Consultando o registro dos visitantes do meu blog, tenho percebido que um dos textos mais acessados é o que discute sobre os transtornos alimentares: anorexia e bulimia nervosa. Como isto chamou minha atenção, resolvi escrever um pouco mais a respeito dos malefícios causados pelas ideias obsessivas de cultuar o corpo, destacando agora outra doença: a vigorexia.

A vigorexia, assim como a anorexia e a bulimia, também decorre de uma autoimagem distorcida. O indivíduo se excede na quantidade e na intensidade de exercícios físicos, de tal maneira, que não dá ao corpo o tempo necessário para que este se recupere.

A vigorexia também é denominada de Síndrome de Adônis. Adônis é um personagem da mitologia grega, um jovem de grande beleza disputado pelas deusas Afrodite e Perséfone. O complexo de Adônis é caracterizado por uma obsessão, de jovens e adultos do sexo masculino, em manter o corpo perfeito.

Para atingir a perfeição, os jovens fazem o uso de anabolizantes que são substâncias tomadas pela via oral ou de forma injetável. Os anabolizantes geralmente derivam de um hormônio masculino muito conhecido: a testosterona. Estimulam o desenvolvimento muscular e ósseo, acentuam o apetite e a força. Quando administrados com fins indevidos, podem elevar a taxa de colesterol, aumentar a pressão sanguínea, provocar o surgimento de acne e até mesmo modificar a morfologia do coração.

Como dissemos, o vigoréxico é alguém que tem um problema na autoimagem. Ao olhar-se no espelho, não vê alguém forte, grande, ainda que já tenha obtido músculos imensos por todo o corpo. Quando solicitado a fazer uma auto-descrição, define-se como uma pessoa fraca, pequena. É exatamente isto que gera um transtorno em seu comportamento, já que a partir daí, ele irá buscar meios para alcançar essa força e grandeza.

O vigoréxico acaba por afastar-se de seus compromissos sociais, já que sua agenda torna-se completamente direcionada à prática de atividades físicas. A academia é o único local onde o indivíduo se sente satisfeito. Além da alteração em sua vida social, sua alimentação passa por uma transformação e é marcada pela presença constante de dietas e uso de suplementos alimentares. O indivíduo que sofre de vigorexia preocupa-se em levar sua própria comida para uma festa para a qual foi convidado, por exemplo. Estes são alguns dos indícios que servem de termômetro para você chegar à conclusão de que precisa pedir ajuda.

E o que poderia acarretar o aparecimento deste transtorno? A pressão cultural de padrões rígidos de corpos perfeitos e sadios é uma das possíveis respostas. Esta pressão gera um elevado nível de ansiedade em corresponder com este ideal. Com os exercícios, a pessoa tenta se libertar da ansiedade que a aflige, mas, ao mesmo tempo, os exercícios a viciam, já que liberam a endorfina: enzima responsável pela sensação de bem-estar que, quando em alto grau no organismo, pode acabar provocando uma dependência psíquica e emocional à prática da atividade física. A cabeça funcionaria mais ou menos assim: “Só me sentirei bem, se eu me exercitar muito. Se não me exercitar intensamente, não terei uma sensação de bem-estar”.

A sabedoria popular já sabe: tudo o que é feito em demasia, não faz bem. Portanto, fica fácil concluirmos que exercícios em excesso não trarão bons resultados. Pelo contrário, você pode ganhar no futuro um diagnóstico de arritmia cardíaca ou uma doença arterial coronária. Pensando nisto, precisamos ter em mente que atividades pesadas devem ser intercaladas com períodos curtos de descanso. Também é importante lembrarmos que o que é bom para o outro, pode não ser o melhor para mim. Muitos fatores devem ser levados em consideração no momento de decidir qual atividade física vamos fazer: nossa idade, nosso tempo disponível, nossas atribuições profissionais, nosso histórico de saúde, nossos compromissos de um modo geral, enfim, nosso contexto. E o contexto considera como está configurada a vida de cada um.

E não esqueça! Da mesma forma que na anorexia e na bulimia, a psicoterapia e o acompanhamento por profissionais da Nutrição e Psiquiatria são fundamentais.

Até breve!
Thatianny Moreira