quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Esclarecimentos sobre abrangência “do objeto” da Psicoterapia:


É comum recebermos ligações de pessoas indagando se há psicólogo que trate especificamente de determinadas questões, como: stress, depressão, dependência química, pânico, agressividade, dentre outros.
Alguns sabem da existência de formações específicas: as denominadas especializações nas quais o profissional se aprofunda em um determinado assunto, “afunilando” sua área de atuação e o público-alvo que pretende atender.

Assim como na Medicina, portanto, onde temos as várias especialidades: pediatria, geriatria, dermatologia, cardiologia, etc, a Psicologia também tem áreas delimitadas de atuação. No entanto, sabemos que o médico tem uma formação geral, completa e que engloba o conhecimento de todas as partes componentes do corpo humano, promovendo-lhe capacidade para entender o funcionamento do organismo como um todo. Da mesma maneira, a Psicologia prepara o profissional para ter um nível de compreensão global a respeito de todas as nuances que envolvem o comportamento humano.

A Psicologia é a ciência que estuda a mente e o comportamento humano. Baseados nesta concepção é que podemos afirmar que todos os fenômenos que se manifestam no ser humano de um modo geral podem ser contemplados pelo olhar do profissional que acompanha uma pessoa em um tratamento de psicoterapia.

Os sintomas são a expressão do que se processa internamente no indivíduo, do que se passa em seu mundo psíquico. Esses sinais se manifestam em um nível concreto por intermédio do que chamamos de comportamento. As reações comportamentais, emocionais do sujeito são nada mais nada menos do que a concretização do que acontece em termos de abstrações em seu universo interno, na sua mente.

Seguindo essa linha de raciocínio, podemos afirmar que todos os profissionais formados em Psicologia estão, teoricamente, capacitados a tratar as mais variadas “mazelas psíquicas” sejam elas uma fobia, um stress pós-traumático, um ataque de agressividade, uma tentativa de suicídio, etc. O que vai mudar é a postura de cada psicólogo, os métodos e técnicas aplicados de acordo com a abordagem teórica que ele elegeu para fundamentar sua atuação. É aqui que entram as várias teorias como: a Gestalt-Terapia, o Psicodrama, a Terapia Cognitiva, a Terapia Comportamental, a Abordagem Centrada na Pessoa, a Psicanálise, dentre outras.

Cada uma das teorias, mencionadas acima, tem seu modo particular de desenvolver o processo de psicoterapia. Elas são norteadas por conceitos que vão orientar a forma do psicólogo conduzir o seu trabalho. Elas servem de base para o profissional traçar o seu plano de ação. Aqui entram em cenas as técnicas que funcionam como instrumentos do trabalho do psicólogo. Vocês já devem ter ouvido falar de alguma: técnicas de dessensibilização, técnicas de relaxamento, inversão de papéis, dramatização, hipnose, regressão, duplo espelho, etc.

Com base no acima exposto, podemos concluir que, a priori, qualquer profissional da área de Psicologia está apto a atender qualquer público seja com qual demanda for. Além disso, o que deve estar em pauta não é o sintoma em si, mas a pessoa. O que deve ser foco é “ a pessoa que sofre” e não a doença.

Espero ter esclarecido as dúvidas referentes ao campo e ao objeto de atuação da Psicologia.
Até nosso próximo encontro.
Thatianny Moreira

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