quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Alguém já ouviu falar em TRANSTORNO BIPOLAR?


Como o próprio nome sinaliza, este transtorno é caracterizado pela existência de dois polos de humor: o depressivo e o maníaco. Por esta razão, antigamente, esta era a denominação dada pelo Código Internacional das Doenças- CID. Portanto, a mudança de humor é a marca registrada deste transtorno.

A manifestação da doença se dá com a alternância de duas fases: uma de depressão e outra de agitação. Na depressão, o sujeito fica com os sintomas típicos de um quadro depressivo, podendo chegar à tentativa de suicídio, dependendo da gravidade do estado. Já na fase de agitação, o comportamento da pessoa acometida é acompanhado por hiperatividade e até mesmo agressividade, podendo chegar a quebrar objetos do local onde se encontra.

Para termos uma melhor noção dos sintomas típicos de cada fase, citaremos alguns deles. Na fase depressiva: dificuldade para dormir, sentimento de inutilidade, fadiga, dificuldade para concentrar-se, perda de interesse em realizar as tarefas do cotidiano, lentidão para realizar as atividades. Na fase da euforia: agitação, auto-estima elevada, sensação de que os pensamentos estão acelerados, diminuição da necessidade de dormir, falar intenso, irritabilidade, impaciência.

Geralmente, a pessoa que convive com um paciente bipolar sente-se confusa, já que o temperamento varia com certa constância. Isto faz com que a pessoa tenha a sensação de estar lidando com duas personalidades diferentes. Ponto extremamente delicado e que precisa ser respaldado com orientações de como se deve proceder com o bipolar em cada um desses momentos.

Há uma necessidade imprescindível de medicação no controle desse estado de alternância de humor, pois, quando não estabilizado pelos remédios, o paciente pode apresentar surtos psicóticos. Durante o surto, observa-se a ocorrência de alucinações e delírios, ou seja, o indivíduo fica com seu processo de percepção da realidade completamente comprometido. É como se ele perdesse o vínculo com o mundo real, vendo e ouvindo coisas que não existem ou distorcendo a percepção dos objetos que visualiza, dando interpretações, significados incompatíveis com o que realmente acontece no ambiente externo.

A Bipolaridade pode apresentar-se acompanhada com outros problemas: uso e abuso de álcool e outras drogas, agravando mais ainda o estado do paciente, já que, dependendo do tipo de droga consumida, o grau de euforia pode ficar mais intenso e a atuação da medicação no organismo fica prejudicada. Todos sabem que remédio e álcool nunca foi uma combinação recomendável,  tornando-se mais distante a possibilidade de contenção dos sintomas e a obtenção de uma estabilidade do quadro. Sem esta estabilidade, a ajuda médica ficará limitada em todos os sentidos: no sentido medicamentoso e no da própria interação do médico com o paciente na condução do tratamento.

E como este transtorno pode surgir? Seu “aparecimento” é devido não só a fatores de ordem genética e congênita como também aos de ordem psicossocial. Por isso, a importância de checar os antecedentes familiares durante uma entrevista inicial.

O Transtorno Bipolar causa sérios problemas em virtude da incapacitação que gera na pessoa acometida, tirando-a de circulação social. A incapacitação acaba afastando o sujeito, por exemplo, das suas atividades laborais. No entanto, não podemos deixar de reconhecer os ganhos advindos com um tratamento sério e contínuo: prevenção de suicídio, diminuição dos períodos de hospitalização, redução das crises, melhoria da qualidade de vida do paciente e dos seus familiares, desenvolvimento de habilidades sociais e conhecimento de como lidar com as situações stressantes.

Evitar situações stressantes é algo fundamental para o bipolar, já que a participação dos fatores ambientais na eclosão de uma crise é inegável. O stress nesses casos funciona como uma espécie de injeção propulsora do gatilho que detona a crise.

Necessário ainda se faz esclarecer que apenas um tratamento psicológico, tendo a psicoterapia como instrumento de atuação não é por si só eficaz. É, portanto, crucial o acompanhamento por  um profissional da Psiquiatria, pois, como já esclarecido em textos anteriores, o psiquiatra é quem tem a habilitação para receitar medicamentos e a presença destes é item indispensável na busca de uma melhora de quem sofre deste transtorno mental.

Até nosso próximo texto!
Thatianny B. M. da Silva




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