domingo, 6 de setembro de 2015

Sequelas Psicológicas do Trabalho Infantil

Resultado de imagem para imagens de trabalho infantil em desenhoO trabalho infantil é defeso por lei. Em nossa Constituição existem artigos que versam explicitamente sobre a proibição deste tipo de prática. Para quem tiver interesse de ampliar o conhecimento sobre o tema, recomendo a leitura do artigo 7º, inciso XXXIII da Carta Magna. No texto constitucional também é possível observar claramente no artigo 6º, a menção aos direitos sociais, dentre eles, o de proteger a infância. Podemos indicar ainda o Decreto 6.481 que trata da proibição das piores formas de trabalho infantil e a ação imediata para que este seja banido.

Submeter crianças a trabalho é algo que traz prejuízos não somente físicos, mas também psicológicos. Este é o foco do nosso artigo: a repercussão, na esfera psicológica, da exposição de uma criança ao trabalho.

Para que o desenvolvimento de uma criança ocorra de forma plena, é necessário que ela vivencie todas as etapas que o constituem. Vivenciar o lúdico, por exemplo, no contato com outras crianças da mesma faixa etária é algo fundamental para sua socialização. Na interação com iguais, ela aprenderá regras de como viver em sociedade, experimentará trabalhar em equipe, desenvolverá capacidade para lidar com diferentes tipos de personalidade, aprimorará sua capacidade de coordenação motora, enfim, poderá adquirir habilidades fundamentais para a vida adulta.

Quando retiramos um ser pequenino do seu lar para desempenhar um labor, estamos privando-o de viver experiências cruciais para um desenvolvimento saudável. O convívio com a família fica comprometido. A relação com os pais fica distanciada e a criança perde a oportunidade de receber carinho, atenção e ensinamentos importantes para sua vida. Ademais, tarefas atribuídas a este ser em desenvolvimento podem ter um grau de complexidade incompatível com a capacidade disponível naquele momento, podendo gerar na criança a sensação de que é incapaz, que não possui Inteligência, etc.

Com o passar do tempo, a criança pode ter um comprometimento da sua autoestima, pois, à medida que ela executa atividades e não obtém sucesso, estas vivências estão sendo registradas de um modo negativo, levando-a a acreditar que não ela não tem potencial para nada. Instala-se um complexo de inferioridade que a impedirá de sentir-se competitiva para enfrentar desafios no futuro.

Todos nós aprendemos, ao longo da vida, a ter responsabilidades. Vale ressaltar, no entanto, que tais responsabilidades vão sendo adquiridas de modo gradativo e de acordo com a bagagem que vai sendo acumulada. Certas responsabilidades são típicas da vida adulta porque só um adulto terá condições físicas e mentais de cumpri-las a contento. Se isto não fizesse sentido, não teríamos, nas instituições educacionais, uma divisão das séries escolares por faixa de idade. O conteúdo programático visto no ensino médio seria aplicado sem problemas no ensino fundamental. E isto ocorre porque o desenvolvimento do cérebro humano passa por estágios. Certas operações mentais, por exemplo, só conseguimos processar depois de uma determinada idade. Então, como exigir de uma criança algo que o cérebro dela terá capacidade de processar apenas mais adiante?

Portanto, além de descumprir a lei, quem sujeita uma criança ao trabalho está sendo desumano, visto que não está respeitando condições inerentes ao desenvolvimento da própria espécie. Está ainda sendo irresponsável, pois expõe um ser inocente a situações que podem representar perigo à própria vida: ao realizar atividades domésticas por exemplo a criança pode ingerir produtos químicos acidentalmente ou mesmo sofrer risco de queimaduras, caso manipule eletrodomésticos que produzam fogo.

A exploração do trabalho infantil não se limita à realização de tarefas domésticas. Ela é muito mais ultrajante e absurdo, já que se registra o uso de crianças até mesmo na prostituição, na agropecuária e em outros ambientes insalubres e perigosos. Dependendo do tipo de atividade exercida, ela pode desenvolver câncer de pele e deformações ósseas.

Da criança que trabalha é extraída a possibilidade de adquirir conhecimento, já que geralmente, não lhe resta tempo para frequentar a escola. E mesmo quando conseguem ir à escola, o rendimento fica prejudicado. A fadiga não permite que ela se concentre o suficiente para assimilar o que é transmitido e logo vem o baixo rendimento seguido da evasão escolar.

A criança submetida ao trabalho infantil pode manifestar sentimento de revolta, já que não tem suas necessidades básicas atendidas. Ela pode interpretar que não merece atenção, carinho e amor. Esta sensação pode se intensificar ao ponto dela começar a apresentar problemas de comportamento: ser violenta, vingativa, agressiva como uma maneira de expressar sua indignação com a situação ou mesmo chamar atenção para sua dor.

Cuidemos então de nossas crianças proporcionando-as tudo que é essencial. Desta maneira, no futuro, nossos olhos não irão se deparar com cenas lastimáveis como as que temos visto.

Até nosso próximo artigo!
Thatianny Bezerra Moreira da Silva




quarta-feira, 13 de maio de 2015

Psicopata e Sociopata são sinônimos?

Resultado de imagem para imagens de psicopatia e sociopatiaEm primeiro lugar, necessário se faz registrar que tanto a psicopatia quanto a sociopatia são desordens de personalidade antissociais, ou seja, os indivíduos enquadrados em tal diagnóstico manifestam comportamentos percebidos pelo meio como contrários ao convívio em sociedade, proibidos por lei.

Quanto à atribuição do fator causador de ambos os transtornos, há divergências. Alguns afirmam que a psicopatia tem origem genética apenas, enquanto que a sociopatia seria influenciada tanto por uma predisposição genética quanto pelo meio ambiente. O dissenso fica evidente quando temos opiniões de pesquisadores que consideram que a conduta de um psicopata sofre interferência não somente de fatores fisiológicos quanto de sócio-psicológicos, levando-nos a concluir que, traumas ocorridos na infância, por exemplo, poderiam desencadear no futuro uma conduta antissocial. Ademais, a maneira como o sujeito se comporta poderia ter sido adquirida por meio de processo de aprendizagem.

Inegável é que, ao realizarmos uma análise da história de vida do indivíduo diagnosticado como psicopata, percebemos que, quando criança, ele não era capaz de se identificar com o genitor do mesmo sexo e nem mesmo assimilar os valores/normas relacionados às questões morais transmitidos por este genitor. É como se, ao longo do seu desenvolvimento ele não considerasse o seu pai/mãe como referencial de modelo a ser seguido, sendo indiferente aos ensinamentos passados no processo educativo.

O psicopata não dispõe de discernimento sobre os conceitos de bem e mal. A ausência de medo, de dor física, de arrependimento são típicas desta anomalia. Não tem receio algum de serem reprovados socialmente, não têm empatia pelos outros e por isso, tratam os outros como objetos por intermédio dos quais pode alcançar os seus interesses. Outras características que os definem são: manipuladores, mentirosos, egocêntricos, impulsivos, irresponsáveis, agressivos., envolventes, sedutores.

A falta de controle comportamental é algo que se configura como elemento desfavorável ao psicopata, no sentido de que ele se torna vulnerável a descobrirem sua verdadeira identidade. Em virtude deste descontrole, ele se perde em seus atos, deixando pistas que facilitam a sua incriminação. Isto o difere do sociopata que, costuma planejar o seu comportamento, revelando uma tendência a calcular seus atos e assim, evitar possíveis formas de ser identificado. Os crimes do sociopata são premeditados.

Exemplo recente de uma personalidade psicopática foi a interpretada pelo ator Bruno Gagliasso no seriado Dupla Identidade. Um dos comportamentos típicos era a impulsividade que conduzia o personagem a agir simplesmente para a satisfação dos seus instintos, deixando vestígios dos seus atos moral e socialmente condenados.

Sob o ponto de vista de alguns especialistas, o sociopata apresenta um temperamento considerado “normal” quando comparado ao do psicopata, conseguindo enganar com mais facilidade suas vítimas.
É possível identificar uma futura personalidade psicopática? Segundo a Psiquiatria forense existem três comportamentos que servem de alerta: quando a pessoa mostra uma crueldade para com animais, quando apresenta incontinência urinária após os quatro/cinco anos de idade, quando provoca atos de piromania (desejo incontrolável de provocar incêndios, chegando a praticá-los repetidas vezes).

O renomado estudioso do assunto, Robert Hare, desenvolveu um teste que ajuda a diagnosticar uma pessoa com psicopatia. Neste teste, são avaliados os recursos afetivos, interpessoais e comportamentais dos quais a pessoa dispõe em seu repertório, digamos assim. São atribuídos pontos a estes recursos e o  somatório determinará o grau de psicopatia.

Em resumo, enquanto alguém “nasce” psicopata, outro “aprende” a ser sociopata.  Esta afirmativa está embasada no fundamento de que a psicopatia está atrelada a fatores genéticos e a sociopatia a um baixo nível socioeconômico e à presença de pais violentos (aspecto ambiental).

Até nosso próximo texto!
Thatianny B.M. da Silva



segunda-feira, 23 de junho de 2014

Síndrome do Pensamento Acelerado: O Novo Mal do Século

Tá acelerado? Não consegue se desligar? A mente anda a mil? A sensação é de que você é um carro descendo ladeira abaixo sem freios? Cuidado, você pode ser uma vítima da SPA- Síndrome do Pensamento Acelerado.

A necessidade de estar conectado o tempo todo é um dos principais sintomas. Uma tempestade de estímulos invade o cérebro e a pessoa não consegue organizar-se. A capacidade de concentração fica prejudicada e o sentimento de cansaço é constante. A flutuação o humor também é outro sintoma presente, bem como a dificuldade para contemplar as pequenas coisas da vida, como por exemplo, apreciar uma paisagem sem preocupar-se com o relógio.

O funcionamento hiperacelerado da mente impede que a pessoa tenha condições de gerenciar seu próprio pensamento e isto pode acarretar um comprometimento de seu rendimento intelectual. Então, engana-se quem pensa que os indivíduos com SPA não sejam pessoas inteligentes. Há inteligência sim!

A SPA atinge crianças e adultos. É, por vezes, confundida com a Hiperatividade, mas são problemas diferentes. Enquanto a hiperatividade tem fundo genético, a SPA não tem. A Hiperatividade manifesta-se na infância, enquanto a SPA apresenta-se com o passar dos anos. Não ocorrem alterações metabólicas na SPA. O que acontece no pensamento acelerado é uma falha funcional e social. Esta falha pode ser corrigida com o uso de técnicas usadas no tratamento psicoterapêutico.

Duas funções fundamentais para o convívio em sociedade ficam afetadas na SPA: saber pensar antes de agir e saber se colocar no lugar do outro (a famosa empatia).  Pensar rápido nem sempre é o melhor. A pessoa corre o risco de não fazer uma avaliação prévia das consequências advindas de uma conclusão intelectual imediata.

Uma análise interessante a ser feita, ao afirmarmos que a SPA é o Mal do Século,  é a de que: as doenças não surgem por acaso. Elas são frutos de determinadas épocas. Dependem do contexto para sua proliferação, ou melhor, nutrem-se de elementos componentes do meio social em vigência e se fortalecem através destes elementos. Se pararmos para fazer uma reflexão, não há momento mais propício para o afloramento e intensificação da SPA, já que o avanço tecnológico chegou como uma avalanche de informações que devem ser adquiridas a todo custo.

Há algo muito importante a ser dito: a velocidade do pensamento deve e pode ser controlada por você! É possível desacelerar. Evite acessar redes sociais, responder e-mails, ficar checando informações no computador ou vendo um filme de ação na televisão poucas horas antes de deitar. Relaxe sua mente e prepare-a gradativamente para que ela entenda que vai entrar num estado de repouso. Procure expor-se ao mínimo de estímulos possível. Essa ideia propagada, aos quatro cantos do mundo, de que somos capazes de realizar dezenas de tarefas ao mesmo tempo, não é a mais saudável. Não há razões para buscar uma hiperexcitação. A não ser que você esteja querendo ficar esgotado em um curto espaço de tempo.

Pensar é bom, mas pensar excessivamente é algo que rouba a nossa qualidade de vida.

Aqui vale um conselho para os pais: não superlotem o dia dos seus filhos com várias atividades que, muitas vezes, nem mesmo você sabe a finalidade. Todos nós precisamos de tempo para assimilar um estímulo. É com este tempo que iremos processá-lo em uma mensagem, interpretá-lo. Não sufoque seus filhos com aquilo que você acha que é o melhor. Deixe tempo para ele poder se sentir, conversar consigo mesmo, olhar para dentro dele.  É interessante conhecer o mundo, porém, muito mais interessante é conhecer o mundo que existe dentro de nós. Isto é o que nos dará ferramentas para sabermos administrar nossos pensamentos!

Espero você em nosso próximo texto!

Thatianny B. M. da Silva

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Síndrome do Pequeno Poder: Poder legítimo ou poder ilusório?

Poderíamos dizer de uma forma simples que se trata de uma síndrome na qual a pessoa pensa ter poder sem ter. Na verdade, não há o respaldo de autoridade que ela imagina. Todo o poder que ela idealiza não passa de uma mera imaginação, fantasia. É um desvio de comportamento.

Arrogante é um dos adjetivos mais comumente atribuídos a quem tem esta síndrome. Ele se acha senhor e vê o outro como escravo. Quer manipular os outros como se fossem marionetes, fantoches.

Se fôssemos fazer uma análise do perfil psicológico do “detentor” deste poder, certamente, seriam identificadas algumas características, dentre elas: baixa autoestima, necessidade de autoafirmação e complexo de inferioridade.

A necessidade de esconder este complexo faz com que a pessoa faça uso do poder como uma máscara. É um modo de disfarçar o sentimento de inferioridade para que os outros não percebam suas fraquezas. Não deixa de ser uma espécie de mecanismo de defesa. A sensação de estar exercendo uma posição poderosa funciona como um muro que o protege de possíveis críticas ou mesmo de se olhar no espelho para assim, reconhecer suas fragilidades.

O abuso do poder é algo que pode ser visto nas relações em sociedade. Esse abuso, muitas vezes, é fortemente explícito no exercício de determinadas profissões (militares policiais, profissionais de empresa de segurança, porteiros). Também, por vezes, é tipicamente vivenciado nas relações marido-mulher. O homem se sente dono do que ele interpreta como propriedade sua e, exorbitando de sua autoridade, violenta a mulher. Deste modo, a violência o propicia uma falsa sensação de poder sobre o outro.

Essas pessoas são descritas como opressores. Humilham e passam por cima de todos. Não respeitam a opinião de ninguém. Somente seu pensamento deve prevalecer. Uma ideia constante e obsessiva é presente em sua mente: a de que ele deve ocupar no trabalho uma posição de status, de alta importância. Na busca incessante por este posto elevado, ele não mede esforços e nem se preocupa em como atingirá seu propósito. Fica enciumado se um colega recebe uma promoção que ele considerava com sendo sua por direito.

Inteligência emocional é algo que falta ao sujeito que tem a síndrome do pequeno poder, pois ele é incapaz de reconhecer que todo ser humano é constituído de potencialidades e limitações, que o autoconhecimento é a estrada para o aperfeiçoamento.

Imperador sem coroa, Majestade sem reino: penso que não há descrição mais perfeita para sintetizar a síndrome do pequeno poder. À pessoa que sofre com esta síndrome não foi legitimamente e nem muito menos formalmente concedido nenhum poder. Sendo assim, só existirá opressor se o oprimido se deixar curvar. É preciso lutar contra esta opressão, não se sujeitar a este autoritarismo. Agindo desta maneira, não reforçaremos o comportamento inadequado daquele que pensa ser poderoso e não colaboraremos para a perpetuação deste ciclo. Precisamos evitar a retroalimentação positiva na qual carregamos o sistema de informações que ajudam o fenômeno a se repetir. Em outras palavras, o medo/ a apatia/ a inércia do oprimido alimenta de forças o opressor para que ele repita seu comportamento doentio.

Por outro lado, é imprescindível que a pessoa reconheça que precisa de ajuda e busque este suporte emocional por intermédio de um processo de psicoterapia onde ela tentará descobrir as razões desta necessidade em sentir-se importante, o que ela está a fazer consigo mesma e com aqueles que circundam seu meio.
Até nosso próximo encontro! Deixem suas sugestões de temas futuros.

Thatianny B.M. da Silva

terça-feira, 29 de abril de 2014

Síndrome de Burnout: A síndrome do esgotamento


De uns anos para cá, o mundo reclama de uma vida cheia de estresse, rotinas, obrigações, compromissos, trânsito tumultuado, enfim, uma série de fatores que causam ao longo do tempo um esgotamento físico e mental do ser humano, deixando-o “com os nervos a flor da pele”, como bem ouvimos no senso comum. Em termos científicos, tal quadro é a denominada síndrome de Burnout.
Nesta doença, o nível de tensão emocional e o estresse crônico são, geralmente, provocados por condições de trabalho intensas, com pouco tempo para descansar, muita pressão, competitividade acirrada, grau acentuado de exigências no campo profissional, fazendo com que a pessoa apresente comportamentos de agressividade, irritabilidade, mau humor, dores musculares, insônia, dificuldade para se concentrar, lapsos de memória. As mulheres também são prejudicadas com relação ao ciclo menstrual que pode ficar alterado.

Há algumas profissões que podemos destacar como as mais afetadas por esta síndrome. São elas: professores, bombeiros, médicos, jornalistas, policiais. Os workaholics são candidatos altamente propensos ao desenvolvimento da doença, já que dedicam todo o tempo de suas vidas somente ao trabalho e são perfeccionistas ao extremo.

Percebe-se, além dos sintomas já mencionados, que o sujeito com esta síndrome fica com seus relacionamentos prejudicados, já que se torna irônico, crítico e cínico em sua maneira de se comunicar. É como se a pessoa entrasse em um colapso nervoso, perdendo o controle de tudo e explodindo.

Todos sabem da importância que é o descanso na vida de uma pessoa. É fundamental que o indivíduo se dê o direito de obter momentos de relaxamento, de prazer. A saúde mental é viabilizada a partir de situações onde se é possível repousar para recarregarmos nossas energias e assim, termos condições de continuar cumprindo nossos afazeres. Isto evita uma exaustão e sensação de fadiga. Inclusive, o verbo “to burn” significa queimar, estar em chamas, incinerar. É mais ou menos desta maneira que alguém exausto fica: “com a cabeça quente, com a sensação de que vai explodir”.

No tratamento são usados antidepressivos e a psicoterapia também é parte importante. Exercícios de relaxamento são fundamentais para eliminar as dores musculares e diminuir o estado de tensão. A atividade física também auxilia no direcionamento saudável da energia agressiva. Mas há um aspecto que talvez seja o mais primordial de todos: a mudança no estilo de vida, a busca por uma melhor qualidade de vida, e a certeza de que o perfeição é algo que não faz parte do mundo real já que ela é inalcançavel. É assim que se vence este esgotamento físico e emocional.

Aproveitem para deixar comentários e sugerir novos temas!
Até nosso próximo artigo!
Thatianny

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Alguém já ouviu falar em TRANSTORNO BIPOLAR?


Como o próprio nome sinaliza, este transtorno é caracterizado pela existência de dois polos de humor: o depressivo e o maníaco. Por esta razão, antigamente, esta era a denominação dada pelo Código Internacional das Doenças- CID. Portanto, a mudança de humor é a marca registrada deste transtorno.

A manifestação da doença se dá com a alternância de duas fases: uma de depressão e outra de agitação. Na depressão, o sujeito fica com os sintomas típicos de um quadro depressivo, podendo chegar à tentativa de suicídio, dependendo da gravidade do estado. Já na fase de agitação, o comportamento da pessoa acometida é acompanhado por hiperatividade e até mesmo agressividade, podendo chegar a quebrar objetos do local onde se encontra.

Para termos uma melhor noção dos sintomas típicos de cada fase, citaremos alguns deles. Na fase depressiva: dificuldade para dormir, sentimento de inutilidade, fadiga, dificuldade para concentrar-se, perda de interesse em realizar as tarefas do cotidiano, lentidão para realizar as atividades. Na fase da euforia: agitação, auto-estima elevada, sensação de que os pensamentos estão acelerados, diminuição da necessidade de dormir, falar intenso, irritabilidade, impaciência.

Geralmente, a pessoa que convive com um paciente bipolar sente-se confusa, já que o temperamento varia com certa constância. Isto faz com que a pessoa tenha a sensação de estar lidando com duas personalidades diferentes. Ponto extremamente delicado e que precisa ser respaldado com orientações de como se deve proceder com o bipolar em cada um desses momentos.

Há uma necessidade imprescindível de medicação no controle desse estado de alternância de humor, pois, quando não estabilizado pelos remédios, o paciente pode apresentar surtos psicóticos. Durante o surto, observa-se a ocorrência de alucinações e delírios, ou seja, o indivíduo fica com seu processo de percepção da realidade completamente comprometido. É como se ele perdesse o vínculo com o mundo real, vendo e ouvindo coisas que não existem ou distorcendo a percepção dos objetos que visualiza, dando interpretações, significados incompatíveis com o que realmente acontece no ambiente externo.

A Bipolaridade pode apresentar-se acompanhada com outros problemas: uso e abuso de álcool e outras drogas, agravando mais ainda o estado do paciente, já que, dependendo do tipo de droga consumida, o grau de euforia pode ficar mais intenso e a atuação da medicação no organismo fica prejudicada. Todos sabem que remédio e álcool nunca foi uma combinação recomendável,  tornando-se mais distante a possibilidade de contenção dos sintomas e a obtenção de uma estabilidade do quadro. Sem esta estabilidade, a ajuda médica ficará limitada em todos os sentidos: no sentido medicamentoso e no da própria interação do médico com o paciente na condução do tratamento.

E como este transtorno pode surgir? Seu “aparecimento” é devido não só a fatores de ordem genética e congênita como também aos de ordem psicossocial. Por isso, a importância de checar os antecedentes familiares durante uma entrevista inicial.

O Transtorno Bipolar causa sérios problemas em virtude da incapacitação que gera na pessoa acometida, tirando-a de circulação social. A incapacitação acaba afastando o sujeito, por exemplo, das suas atividades laborais. No entanto, não podemos deixar de reconhecer os ganhos advindos com um tratamento sério e contínuo: prevenção de suicídio, diminuição dos períodos de hospitalização, redução das crises, melhoria da qualidade de vida do paciente e dos seus familiares, desenvolvimento de habilidades sociais e conhecimento de como lidar com as situações stressantes.

Evitar situações stressantes é algo fundamental para o bipolar, já que a participação dos fatores ambientais na eclosão de uma crise é inegável. O stress nesses casos funciona como uma espécie de injeção propulsora do gatilho que detona a crise.

Necessário ainda se faz esclarecer que apenas um tratamento psicológico, tendo a psicoterapia como instrumento de atuação não é por si só eficaz. É, portanto, crucial o acompanhamento por  um profissional da Psiquiatria, pois, como já esclarecido em textos anteriores, o psiquiatra é quem tem a habilitação para receitar medicamentos e a presença destes é item indispensável na busca de uma melhora de quem sofre deste transtorno mental.

Até nosso próximo texto!
Thatianny B. M. da Silva




terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Síndrome de Asperger: Quer saber o que é?


O termo “Transtornos de Espectro Autista” engloba o Autismo, a Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação.

Neste texto, vamos nos restringir à Síndrome de Asperger que é um transtorno do desenvolvimento que resulta de uma desordem de base genética, uma perturbação que tem componentes neurológicos e comportamentais. É mais comum no sexo masculino e diferencia-se do autismo clássico.

Esses transtornos afetam a capacidade de comunicação do sujeito, comprometendo, consequentemente, a interação com outras pessoas de modo a prejudicar sua socialização. Por esta razão, geralmente são descritas como pessoas fechadas, que não se interessam em fazer amizades. Na fase da infância, por exemplo, uma forma dos pais perceberem ter chegado o momento de buscar ajuda profissional é quando a criança não interage com outras e os professores relatam que ela não encaixa em nenhum grupo.

Ainda sobre a inabilidade para se comunicar e estabelecer contato, podemos acrescentar que isto faz com que o indivíduo dê respostas inadequadas ao ambiente. Ademais, “O Asperger” tem problemas em expressar seus sentimentos, emoções. Não consegue demonstrar seu afeto. Isto, porém, não nos permite afirmar que não sinta afeto. Sua expressão gestual, corporal, facial geralmente não corresponde com seu discurso. Dá-nos a impressão de não ter capacidade de empatia, fazendo com que todos dele se afastem. Apesar do que pensam muitas pessoas, o “Asperger” não tem retardo mental. Pelo contrário, tem um alto nível de inteligência, podendo ter muito sucesso na carreira profissional, apesar da dificuldade em interpretar palavras, já que seu processo de interpretação da linguagem se dá de uma forma muito literal. Ou seja, é como se ele entendesse “as coisas ao pé da letra”, sem compreender o sentido metafórico, figurado dos termos.

Outra característica perceptível no comportamento de um “Asperger” são seus movimentos desajeitados, desastrados como se não tivesse coordenação motora. É possível notar isto, por exemplo, no jeito descoordenado de andar.

Quando em processo de psicoterapia, fica evidente outro comportamento típico da síndrome: seu interesse específico, restrito por um determinado tema ou atividade. Em seu discurso, observa-se um só assunto. Ele é capaz de ficar toda a sessão falando da mesma temática. Desta forma, torna-se quase inviável o interesse por novas experiências, novos assuntos.

As regras sociais são para “O Asperger” quase que um martírio. Ele não consegue identificar o que é aceitável socialmente e pode ser visto como uma pessoa mal-educada, ofensiva, grosseira. No entanto, é possível desenvolver aptidão social para o aprendizado das regras. Este aprendizado, porém, precisa se dá de uma maneira intelectual e não emocional, ou seja, as regras têm que ser ensinadas como fórmulas, por um método lógico como a matemática.

Pode-se também notar que não há uma preocupação com a forma de se vestir, com a aparência.

E há como sanar essa deficiência de aptidão social? Há como fazer “O Asperger” aprender as normas de convívio social? Sim. Recomenda-se a psicoterapia cognitiva comportamental que dispõe de técnicas que irão treiná-lo no aprendizado das regras adotadas em sociedade, fazendo-o apresentar um comportamento mais compatível com o que o ambiente exige, desenvolvendo habilidades sociais.

Este artigo foi uma tentativa de fazê-los conhecer um pouco do mundo do “Asperger” e assim, sermos mais compreensivos com seus comportamentos, atitudes e reações. Espero que tenham gostado!
Até a próxima!
Thatianny Moreira