Quanto à atribuição do fator
causador de ambos os transtornos, há divergências. Alguns afirmam que a
psicopatia tem origem genética apenas, enquanto que a sociopatia seria
influenciada tanto por uma predisposição genética quanto pelo meio ambiente. O
dissenso fica evidente quando temos opiniões de pesquisadores que consideram
que a conduta de um psicopata sofre interferência não somente de fatores
fisiológicos quanto de sócio-psicológicos, levando-nos a concluir que, traumas
ocorridos na infância, por exemplo, poderiam desencadear no futuro uma conduta
antissocial. Ademais, a maneira como o sujeito se comporta poderia ter sido
adquirida por meio de processo de aprendizagem.
Inegável é que, ao realizarmos
uma análise da história de vida do indivíduo diagnosticado como psicopata,
percebemos que, quando criança, ele não era capaz de se identificar com o
genitor do mesmo sexo e nem mesmo assimilar os valores/normas relacionados às
questões morais transmitidos por este genitor. É como se, ao longo do seu
desenvolvimento ele não considerasse o seu pai/mãe como referencial de modelo a
ser seguido, sendo indiferente aos ensinamentos passados no processo educativo.
O psicopata não dispõe de
discernimento sobre os conceitos de bem e mal. A ausência de medo, de dor
física, de arrependimento são típicas desta anomalia. Não tem receio algum de
serem reprovados socialmente, não têm empatia pelos outros e por isso, tratam
os outros como objetos por intermédio dos quais pode alcançar os seus
interesses. Outras características que os definem são: manipuladores,
mentirosos, egocêntricos, impulsivos, irresponsáveis, agressivos., envolventes, sedutores.
A falta de controle comportamental
é algo que se configura como elemento desfavorável ao psicopata, no sentido de
que ele se torna vulnerável a descobrirem sua verdadeira identidade. Em virtude
deste descontrole, ele se perde em seus atos, deixando pistas que facilitam a
sua incriminação. Isto o difere do sociopata que, costuma planejar o seu
comportamento, revelando uma tendência a calcular seus atos e assim, evitar
possíveis formas de ser identificado. Os crimes do sociopata são premeditados.
Exemplo recente de uma
personalidade psicopática foi a interpretada pelo ator Bruno Gagliasso no
seriado Dupla Identidade. Um dos comportamentos típicos era a impulsividade que
conduzia o personagem a agir simplesmente para a satisfação dos seus instintos,
deixando vestígios dos seus atos moral e socialmente condenados.
Sob o ponto de vista de alguns
especialistas, o sociopata apresenta um temperamento considerado “normal”
quando comparado ao do psicopata, conseguindo enganar com mais facilidade suas
vítimas.
É possível identificar uma futura
personalidade psicopática? Segundo a Psiquiatria forense existem três
comportamentos que servem de alerta: quando a pessoa mostra uma crueldade para
com animais, quando apresenta incontinência urinária após os quatro/cinco anos
de idade, quando provoca atos de piromania (desejo incontrolável de provocar
incêndios, chegando a praticá-los repetidas vezes).
O renomado estudioso do assunto,
Robert Hare, desenvolveu um teste que ajuda a diagnosticar uma pessoa com
psicopatia. Neste teste, são avaliados os recursos afetivos, interpessoais e
comportamentais dos quais a pessoa dispõe em seu repertório, digamos assim. São
atribuídos pontos a estes recursos e o somatório determinará o grau de psicopatia.
Em resumo, enquanto alguém
“nasce” psicopata, outro “aprende” a ser sociopata. Esta afirmativa está embasada no fundamento de
que a psicopatia está atrelada a fatores genéticos e a sociopatia a um baixo
nível socioeconômico e à presença de pais violentos (aspecto ambiental).
Até nosso próximo texto!
Thatianny B.M. da Silva
Fontes consultadas: http://id.discoverybrasil.uol.com.br/a-psicopatia-transtorno-antissocial-da-personalidade/
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