quinta-feira, 21 de junho de 2012

Desmistificando o uso dos Medicamentos e alertando sobre a Automedicação:

Conforme abordado nos últimos parágrafos do artigo sobre Depressão e Tristeza , a medicação não se faz necessária em todos os casos e por esta razão, faz-se imprescindível uma avaliação médica para investigar de forma cuidadosa e detalhada qual a mais indicada ou mesmo se é possível dispensar esta terapêutica e fazer uso de outros recursos, como, por exemplo, mudança na dieta ou inclusão de uma atividade física na rotina da pessoa.

Há situações emergenciais nas quais se a medicação não for ministrada, a pessoa poderá ficar num estado ainda pior de saúde, inviabilizando todas as áreas de sua vida ou mesmo impossibilitando-a a realizar um tratamento complementar. Por exemplo, existem níveis de depressão em que não é possível se dar início a um processo de psicoterapia, pois a elaboração do pensamento, a organização das idéias está tão comprometida que se torna inviável o estabelecimento de um diálogo com o sujeito. Se o diálogo não é viável, imagine a percepção de pontos cruciais ao processo de conscientização que servirá de base para a tomada de atitudes.
Entendo, porém, o medo que algumas pessoas têm em fazer uso de alguns medicamentos. Além dos possíveis efeitos colaterais, existe o medo de desenvolver uma dependência ao ponto de ter que precisar de determinado remédio para o resto da vida. Mas o que é fundamental vocês saberem é que, quando o acompanhamento é realizado por um profissional competente, tanto o tipo de remédio quanto a dosagem e, além disso, o perfil do paciente serão levados em consideração. Existe um cuidado, por parte do médico, em evitar essa dependência e por isso mesmo, a tendência é que as doses diminuam gradativamente.

É verdade que, em alguns transtornos mentais, por exemplo, a medicação será ministrada por toda a vida da pessoa, mas, em contrapartida, ela terá uma estabilização do quadro, ou seja, haverá um controle dos sintomas e da intensificação destes, de modo que a doença não evolua.

Ademais, o remédio auxilia na reposição de substâncias químicas fundamentais ao funcionamento cerebral. Quando estas substâncias se encontram em um baixo nível, muitas de nossas funções podem ficar prejudicadas. O humor, por exemplo, é algo afetado quando há uma queda na quantidade de serotonina disponível no cérebro. As ligações sinápticas (comunicação entre os neurônios) são fundamentais para o “transporte” das mensagens entre mente e corpo.

Como em tudo na vida, há aqui o outro lado da moeda: da mesma forma que existem pessoas que temem e evitam ir ao médico para não terem que tomar remédio, existem as que se automedicam. Chegam, sem receio algum, ao balcão de uma farmácia e compram o que “acham” que resolverá o seus problemas.

Com o avanço tecnológico e o fácil acesso à informação, as pessoas fazem pesquisas pela internet. Com base Nas informações obtidas, definem o seu diagnóstico e qual o medicamento que solucionará a sua doença.

A automedicação gera graves problemas à saúde pública. Vários são os casos de intoxicação. Sem contar com a possibilidade de a automedicação resultar em morte. Há situações ainda na qual a pessoa já está fazendo uso de outro medicamento que somado a outro, comprado sem orientação médica, potencializa a ação de um deles, repercutindo em sérios transtornos. Portanto, se administrados incorretamente, não apresentam os resultados desejados e isso pode até mesmo prolongar o tratamento. O pior de tudo é que ainda gera a má interpretação, por parte da pessoa acometida pela doença, de que o medicamento não é bom.

Convém ainda lembrar que a interrupção do remédio também não deve ser efetivada sem que o médico seja consultado. Ele é a pessoa capacitada a analisar qual o momento ideal para a retirada do mesmo. Por isso, jamais faça isso por conta própria.
E para finalizar: Lembrem-se: Quando usados corretamente, os remédios são excelentes instrumentos terapêuticos no combate às doenças; portanto, não os encare como inimigos, mas sim, como mais uma ferramenta disponível na busca de uma vida saudável.

Um abraço a todos.
Thatianny Moreira- CRP11/1584


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