segunda-feira, 18 de junho de 2012

Diferença entre Depressão e Tristeza

Há algumas semanas, realizamos uma enquete sobre depressão. Mas percebo, em minha prática profissional, que algumas pessoas ainda não sabem diferenciar um sentimento de tristeza de um quadro de depressão. Em virtude disto, decidi escrever sobre o tema e trazer elucidações aos meus leitores.

A tristeza é um sentimento inerente à vida de qualquer ser humano. É intrínseco à existência humana. Assim como a alegria, a raiva, o prazer, a mágoa, a irritação, a tristeza também é um sentimento que nos sinaliza como está o nosso estado emocional. Sem esses “sinais” não temos condições de fazer afirmações a respeito de como estamos nos sentindo. Eu diria que eles têm sua importância na mudança de nossos planos, de nossos projetos porque, de certa forma, dão-nos dicas de como está nosso nível de satisfação com a vida. Por isso mesmo, ela é considerada saudável pelos médicos.
A tristeza é algo passageiro. Ela nos ajuda na elaboração de perdas. Se algo de ruim acontece em sua vida e você não se sente afetado de maneira alguma, isso não é normal. Afinal de contas, ter sensibilidade é algo imprescindível para que suas condutas sejam redirecionadas, reprogramadas. Uma pessoa insensível é uma pessoa que, como próprio nome indica, não sente e o processo de dessensibilização pode acarretar sérios prejuízos ao indivíduo, já que ele fica “desprovido” de sinais fundamentais para a orientação de seu comportamento e relacionamento com o meio ambiente.

O tempo de duração da tristeza não deve ultrapassar dois meses, pois acima deste tempo, considerar-se-á depressão.
A depressão em contrapartida não é um estado de tristeza. Não é pura e simplesmente um desânimo. É uma doença que requer tratamento. É causada por fatores genéticos e ambientais. É manifestada por um conjunto de sintomas: apatia em alguns e euforia em outros, falta de interesse pelas coisas que normalmente geravam prazer, insônia ou excesso de sono, cansaço, falta de apetite, irritação, perda de concentração. Está enquadrada no CID- Código Internacional de Doenças- no grupo das Doenças Afetivas.

A depressão pode causar prejuízos em várias áreas da vida da pessoa diferentemente da tristeza. Como diria o doutor Dráusio Varela: “a depressão é uma tristeza que não acaba mais”. Uma pessoa triste sabe apontar o motivo de sua tristeza. Já o deprimido nem mesmo sabe o por quê de estar sentindo-se mal.
Temos três modalidades de depressão: a leve, a moderada e a profunda. É como se fosse uma evolução de intensificação do quadro depressivo, indo do menos perturbador ao mais perturbador.

Na depressão, o sujeito tem uma espécie de déficit de substâncias que são fundamentais na sensação de bem-estar e felicidade. São elas: dopamina, serotonina e outras. Por este motivo, o médico indicará medicamentos que auxiliarão na reposição destas substâncias no organismo, fazendo que com seu funcionamento se estabilize. Mas não são todos os casos que exigem o uso de remédios. Alguns são resolvidos apenas com psicoterapia e com a recomendação de atividade física que ajuda na produção destas mesmas substâncias.
Enfim, essas são as diferenças básicas entre tristeza e depressão. Então, você já sabe: se está triste, não há motivo para grandes preocupações. Mas se essa tristeza já dura há mais de dois meses, é hora de procurar o médico e o psicólogo para iniciar seu tratamento.

Um abraço e até mais!
Thatianny Moreira

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