terça-feira, 3 de abril de 2012

Psiquiatra e Psicólogo: Qual a diferença?

Ao longo da minha vida profissional, há uma pergunta muito comum feita por meus pacientes, amigos e parentes: Qual a diferença entre psiquiatra e psicólogo? Psicólogo pode dá receita? Psicólogo é médico? Tenho uma depressão profunda quem devo procurar? Estou com pânico; tenho que fazer tratamento psiquiátrico ou psicológico?
A população necessita de esclarecimentos para ter como orientar-se no mundo de forma a não perder tempo (algo tão precioso no mundo atual) e assim, não correr o risco de ter a sua saúde prejudicada por não ter recorrido em tempo hábil à especialidade mais adequada.
Esse desconhecimento a respeito das práticas dos profissionais da Psiquiatria e da Psicologia conduz as pessoas a uma leitura distorcida da realidade, causando, por vezes, transtornos como até mesmo uma aversão a submeter-se a um tratamento dessa natureza.
Em decorrência da falta de esclarecimento, formou-se um imaginário coletivo com uma percepção equivocada a respeito do público-alvo atingido na atuação profissional dos psiquiatras e psicólogos, desvirtuando a definição de quem necessita frequentar um consultório psiquiátrico ou/e psicológico. Isso não é culpa da população. O povo não tem a obrigação de ter esse conhecimento. Tem sim, direito a ter acesso a essas informações e ser orientado nesse sentido.
Faz-se necessário dizer que esses conceitos não surgiram ao acaso e fazem parte da evolução histórica das Ciências da Saúde Mental. (http://www.unicamp.br/~aulas/pdf3/24.pdf). Sabemos, por exemplo, que, durante muitos anos, aqueles considerados loucos eram simplesmente jogados dentro de celas e separados do restante da população como se fossem portadores de uma doença contagiosa tal qual era feito com relação à lepra. Nada mais natural, então, que as pessoas ficassem assustadas em aderir a um tratamento dessa ordem, já que ficariam estigmatizadas e seriam postas à margem da sociedade. Essa forma de pensar repercute até os dias de hoje.
Contudo, com alguns avanços alcançados, é inadmissível que essa imagem ronde as mentes como um fantasma e desta forma, julgo imprescindível esclarecer quais as características básicas a respeito das profissões em questão: o psiquiatra é um profissional que se formou na faculdade de Medicina, fez residência como todo e qualquer médico fez. E por isso mesmo, o psiquiatra pode passar receita. Ele está habilitado e autorizado a isso. Habilitado porque a sua formação viabiliza conhecimento técnico para tal e autorizado porque o Conselho da categoria a qual pertence lhe dá aval.
Com relação ao psicólogo, a autorização para emitir receitas inexiste. O máximo que ele pode e deve fazer é encaminhar o seu paciente a um psiquiatra ao identificar a necessidade de medicação como complemento ao tratamento. A faculdade cursada por um psicólogo é a de Psicologia. Durante o curso, ele pode ter acesso a disciplinas na área da Psicofarmacologia que o proporciona a aquisição de conhecimentos básicos sobre os medicamentos, mas não o autoriza a receitar.
É importante o trabalho em parceria entre psiquiatra e psicólogo na busca à restauração da saúde psíquica/mental do indivíduo. Há situações, por exemplo, na qual se torna praticamente inviável o estabelecimento do contato entre psicólogo e paciente, em virtude de um processo depressivo em estágio profundo e, com isso, a inserção da medicação far-se-á de suma importância a psicoterapia prosseguir.
Pelas razões acima expostas, interessante se faz uma aproximação mais estreita entre essas dois profissionais tão fundamentais para uma melhor qualidade de vida humana. Com isso, o tratamento fica mais completo e as possiblidades de progresso aumentam.
É hora de quebrarmos os nossos antigos paradigmas e lutarmos pela nossa saúde!
Espero ter atingido meu propósito em mais um encontro com você!

Um abraço e até mais!
Thatianny Bezerra Moreira- CRP 11/1584

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