Muitos pais ainda têm dúvida com
relação a este assunto e nos procuram para obter esclarecimentos.
A grande verdade é que, na
atualidade, os pais estão aflitos em como proceder em relação a uma série de
assuntos no que diz respeito ao seu relacionamento com os filhos. Aponto aqui
algumas possíveis variáveis que certamente, ao se intensificarem ao longo dos
anos, tornaram o processo educativo mais complexo tais como: uma maior ousadia
dos traficantes nas proximidades das escolas vendendo drogas, o aumento do
índice de violência, competitividade acirrada, dentre outras.
Ademais, se antes a prática da
palmada (e não apenas ela, mas também o uso do cinturão, do caroço de milho nos
joelhos, etc.) era algo visto com naturalidade; hoje, temos não apenas a
reprovação como a punição para os excessos na prática da educação pais x
filhos. Excessos esses que são fiscalizados pelo Conselho Tutelar que atua em
prol da proteção infanto-juvenil.
Mas o que quero frisar não é
atuação do Conselho Tutelar ou mesmo a prevalência dos direitos humanos. Quero
enfatizar que a autoridade não é exercida sob o império do medo. A autoridade é
exercida sob o reinado do respeito. Numa relação saudável o que deve prevalecer
é o respeito mútuo entre os sujeitos envolvidos. É com diálogo, acima de tudo,
que se resolve todo e qualquer conflito.
É plenamente possível que seu
filho compreenda o que você está querendo dizer. Basta usar uma linguagem
compatível com a dele. A criança tem o nível de inteligência necessário para
obter uma compreensão do que está sendo transmitido. Por isso, basta explicar
as razões de uma determinada regra que você quer que faça parte do seu contexto
familiar.
No lugar da palmada, use o
diálogo e, se for necessário, adote o castigo. O castigo deve estar associado
com a regra descumprida. Precisa ser algo que a criança ou o adolescente
valorize e que faça diferença no dia-a-dia. Mas muito mais importante que isso
tudo é que ele entenda a verdadeira razão do pai ou da mãe terem adotado uma
postura específica e disto extraia uma lição, um aprendizado.
E para finalizar, quero
esclarecer que a Psicologia não surgiu para retirar a autoridade dos pais. Pelo
contrário, ela se desenvolveu com o intuito de ser uma aliada no processo de
busca de soluções para os conflitos existentes nas relações. Ressaltei este
aspecto, pois algumas pessoas têm a impressão equivocada de que a Psicologia “baixou
um decreto” proibindo os pais de darem palmadas em seus filhos. Tal fato pode
ter sido gerado de uma comunicação mal realizada pela própria Psicologia.
Mas, deixando isso de lado, o que
observamos é que o sentimento de culpa, de remorso que advém no coração de um
pai e de uma mãe, ao açoitarem seus filhos, é algo de difícil libertação. E a
mensagem que podemos extrair ao avaliar essa situação é que: tentando resolver
um problema, outro está sendo gerado: o arrependimento dos pais. Se o resultado obtido é um mal-estar, então,
só podemos concluir que a palmada não é o caminho para uma educação saudável e
eficaz.
Uma boa semana!
Thatianny Moreira
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