segunda-feira, 23 de abril de 2012

Palmada funciona?

Semana passada, no jornal do meio-dia da Rede Globo, mais uma vez, foi exibida uma reportagem sobre se a palmada tem ou não tem valor educativo.
Muitos pais ainda têm dúvida com relação a este assunto e nos procuram para obter esclarecimentos.

A grande verdade é que, na atualidade, os pais estão aflitos em como proceder em relação a uma série de assuntos no que diz respeito ao seu relacionamento com os filhos. Aponto aqui algumas possíveis variáveis que certamente, ao se intensificarem ao longo dos anos, tornaram o processo educativo mais complexo tais como: uma maior ousadia dos traficantes nas proximidades das escolas vendendo drogas, o aumento do índice de violência, competitividade acirrada, dentre outras.
Ademais, se antes a prática da palmada (e não apenas ela, mas também o uso do cinturão, do caroço de milho nos joelhos, etc.) era algo visto com naturalidade; hoje, temos não apenas a reprovação como a punição para os excessos na prática da educação pais x filhos. Excessos esses que são fiscalizados pelo Conselho Tutelar que atua em prol da proteção infanto-juvenil.

Mas o que quero frisar não é atuação do Conselho Tutelar ou mesmo a prevalência dos direitos humanos. Quero enfatizar que a autoridade não é exercida sob o império do medo. A autoridade é exercida sob o reinado do respeito. Numa relação saudável o que deve prevalecer é o respeito mútuo entre os sujeitos envolvidos. É com diálogo, acima de tudo, que se resolve todo e qualquer conflito.
É plenamente possível que seu filho compreenda o que você está querendo dizer. Basta usar uma linguagem compatível com a dele. A criança tem o nível de inteligência necessário para obter uma compreensão do que está sendo transmitido. Por isso, basta explicar as razões de uma determinada regra que você quer que faça parte do seu contexto familiar.

No lugar da palmada, use o diálogo e, se for necessário, adote o castigo. O castigo deve estar associado com a regra descumprida. Precisa ser algo que a criança ou o adolescente valorize e que faça diferença no dia-a-dia. Mas muito mais importante que isso tudo é que ele entenda a verdadeira razão do pai ou da mãe terem adotado uma postura específica e disto extraia uma lição, um aprendizado.
E para finalizar, quero esclarecer que a Psicologia não surgiu para retirar a autoridade dos pais. Pelo contrário, ela se desenvolveu com o intuito de ser uma aliada no processo de busca de soluções para os conflitos existentes nas relações. Ressaltei este aspecto, pois algumas pessoas têm a impressão equivocada de que a Psicologia “baixou um decreto” proibindo os pais de darem palmadas em seus filhos. Tal fato pode ter sido gerado de uma comunicação mal realizada pela própria Psicologia.

Mas, deixando isso de lado, o que observamos é que o sentimento de culpa, de remorso que advém no coração de um pai e de uma mãe, ao açoitarem seus filhos, é algo de difícil libertação. E a mensagem que podemos extrair ao avaliar essa situação é que: tentando resolver um problema, outro está sendo gerado: o arrependimento dos pais.  Se o resultado obtido é um mal-estar, então, só podemos concluir que a palmada não é o caminho para uma educação saudável e eficaz.

Uma boa semana!
Thatianny Moreira

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