terça-feira, 17 de abril de 2012

O que é um transtorno obsessivo-compulsivo?

Há poucos dias, fui abordada por uma senhora desconfiada e temerosa de que sua filha estivesse com transtorno obsessivo-compulsivo.
Ao solicitá-la para descrever o comportamento da filha, percebi que o “diagnóstico”, traçado pela mãe, não estava correto e que, caso eu não a alertasse, ela poderia ficar por mais alguns dias em estado de aflição com relação ao estado de saúde da filha.

Da mesma maneira que esta senhora, muitas outras pessoas se autodiagnosticam com base em informações do senso comum que são completamente distorcidas, superficiais e incompletas, mas que podem causar uma verdadeira confusão emocional, levando o indivíduo ao desespero e, por vezes, à tomada de atitudes autônomas, porém, perigosas, como, por exemplo, a automedicação.
Aliás, a prática da automedicação tem se tornado cada vez mais comum, causando uma série de problemas, já que muitos dos remédios usados no tratamento de tais transtornos acarretam efeitos colaterais que podem deixar o sujeito ainda mais amedrontado. Por isso mesmo, a passagem por um consultório médico é indispensável para uma correta e segura avaliação.

Os transtornos obsessivo-compulsivos são caracterizados por uma repetição voluntária de ações, porém sem justificativa plausível por parte da pessoa. Essas repetições são uma espécie de ritual. São atos motivados por razões infundadas, sem lógica alguma, sem coerência com a realidade. As repetições são realizadas com o intuito de afastar os pensamentos ruins que invadem a mente. As obsessões estão relacionadas com os pensamentos, ideias ruins que atormentam mentalmente o paciente. Já as compulsões estão associadas aos comportamentos repetitivos. É como se a uma obsessão (mental) correspondesse uma compulsão (comportamental).
A pessoa acometida por esse transtorno não consegue interromper os impulsos que a conduzem a repetir os atos, sentindo-se impotente e, muitas vezes, constrangida.
A sensação de impotência em relação a não ser capaz de intervir na situação e bloquear o ciclo repetitivo gera um sofrimento psíquico intenso na pessoa que se vê cada vez mais com a autoestima prejudicada. Outra característica desse transtorno está no fato do sujeito não ter uma explicação racional e coerente para realizar as ações obsessivo-compulsivas. Exemplo disto é a pessoa que acredita que deve concluir sua caminhada com passos em números pares, senão, algo trágico irá acontecer com ela; lavar várias vezes as mãos antes de sentar-se à mesa, pois, caso contrário será acometido por uma invasão de vermes.
Além do enorme sofrimento psíquico, o cotidiano daquele que tem tal transtorno fica comprometido, já que a execução de determinados comportamentos repetidas vezes faz com que muito do seu tempo seja perdido, atrasando-a em seus afazeres, atividades profissionais.

Pessoas com transtorno obsessivo-compulsivo devem ser submetidas à psicoterapia e tratamento medicamentoso, já que estamos nos referindo a um transtorno mental. Está inserido entre os chamados transtornos de ansiedade e, por esta razão, são geralmente usados ansiolíticos no tratamento. É feito também o uso de anti-depressivos, como a sertralina, a fluoxetina, a paroxetina.

Os sintomas não desaparecem com rapidez, podendo levar até mesmo 12 semanas para apresentar algum resultado. Mas o tratamento não deve ser abandonado.

Quer aprender de uma forma mais educativa o que é transtorno obsessivo-compulsivo? Assista ao seriado americano Monk. É um bom exemplo! Monk é um detetive extremamente detalhista e com mania de limpeza.

Desejo que esses breves esclarecimentos o ajudem a afastar conclusões precipitadas e equivocadas.
Até breve.
Thatianny Moreira

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